terça-feira, 28 de dezembro de 2010

"Dinheiro na mão é vendaval..."

Um dia, num restaurante de Lisboa, um brasileiro decidiu ser sincero e perguntar a um cliente que estava no balcão: "Porque todos os homens em Portugal se chamam Joaquim ou Manoel?" Então o português olhou para seu companheiro do lado e disse: "Tu sabes se o que este rapaz diz é verdade, Joaquim?". "Ora pois, isso não passa de uma grande bobagem, Manoel!"_ respondeu ele.

Quem nunca sonhou em ter uma vida abastada e poder dar para si e para a sua família tudo do bom e do melhor? Atire a primeira pedra quem jamais olhou para um profissional bem sucedido dirigindo um carrão bonito e se imaginou no lugar dele. É normal que todo ser humano sempre queira ser no amanhã melhor do que é hoje, em vários aspectos da vida. Isso se chama evolução e advém dessa necessidade de superação, seja referente às nossas próprias marcas ou às de outros. Por isso deixamos de dirigir fusquinhas há sessenta anos atrás e passamos a dirigir Hi Luxes (apesar de que eu ainda uso coletivos). Minha pergunta é: a partir de que momento o desejo por "mais" começa a ser nocivo para nossa vida cristã?

1º. Quando nunca estamos satisfeitos. Você está satisfeito com o que tem hoje? Deseja ter mais? Logicamente que sim. A questão é que quando não possuímos uma visão definida do patamar onde queremos chegar, sempre vamos buscar mais. É como se existisse um eterno vago nas nossas vidas a ser preenchido por algo que conhecemos popularmente como "Sucesso", porém, se tivermos um alvo certo e fixo, um dia nós o alcançaremos e então poderemos dizer: "Cheguei!". Isso pode parecer algo simples, mas pode ser a diferença entre viver para Cristo e viver eternamente para si mesmo. Posso garantir uma coisa: devemos sempre estar satisfeitos com o que temos, no momento em que temos. Não se trata de não ter ambição ou de jamais querer melhorar. É uma questão de dar graças pelo hoje. O amanhã dará conta de si mesmo. Dê graças a DEUS pelo hoje e entregue o amanhã nas mãos dele. Um dia, o apóstolo Paulo deu um excelente e difícil conselho ao seu filho na fé, Timóteo. Ele disse: "...nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas corrupções loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína" (I Timóteo 6:7-9).

2º. Quando não temos tempo para DEUS. Estar na igreja nunca foi e nunca será prova de uma vida cristã sadia, mas com certeza é algo que pode nos ajudar a conquistar uma. Infelizmente, principalmente para os cristãos mais jovens, o tempo é algo escasso. Trabalho, curso, faculdade, afazeres do lar... desgaste físico, mental e emocional. Ah sim... já ia esquecendo! A igreja! Claro! Pergunte a um jovem o que ele quer ser: advogado, médico, administrador, enfermeira (essa é praxe para as meninas), engenheiro, administrador, etc. Logicamente que isso é bom. Mas e no reino de DEUS? Um diácono? Um evangelista? Um pastor? Uma irmã de oração? A verdade é que muito pouco se pensa sobre isso. "Esse tipo de coisa acontece com o tempo. Quando estivermos de cabelos brancos acaba sendo automático"_ acho que é como pensamos lá no fundo. Se não formos obcecados por ser "alguém na vida" com certeza teremos mais tempo para DEUS e consequentemente, nossa comunhão com ELE será melhor. Mas quem está disposto a abrir mão de uma vida "melhor" por isso?

Por fim, talvez você pergunte: o que a piada no início da postagem tem a ver com tudo isso? Na verdade, eu não sei. Apenas tive vontade de contar!

Um lamento de DEUS

Uma das passagens mais interessantes com as quais me deparei nos últimos dias foi a que se encontra no capítulo 2 do livro do profeta Jeremias. Esse capítulo me fez ver como é maravilhoso que o DEUS soberano e onipotente ame tanto a criaturas tão vis e pequenas como eu e você.

Por muitas vezes Israel voltou as costas para DEUS. Isso é fato. Mas o que chama minha atenção é ver que o SER SUPREMO e GLORIOSO importa-se com o seu povo de uma forma tal que passa a "queixar-se" com ele, da mesma forma que você e eu fazemos quando estamos insatisfeitos com algo. No verso 5, por exemplo, o SENHOR indaga o povo perguntando "que injustiça acharam vossos pais em mim, para se afastarem de mim, indo após a vaidade e tornando-se levianos?". Nos versos 10 a 13 DEUS faz uma comparação entre o povo de Israel e povos das regiões vizinhas, que não temiam o seu nome: "...Houve alguma nação que trocasse seus deuses, posto não serem deuses? Todavia o meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito". Perceba que é uma perfeita lamentação. O SENHOR está lançando em face tudo aquilo que o seu povo estava fazendo, pois estava indignado e insatisfeito com ele. Veja como é grande o amor de DEUS: suas pequenas criaturas, feitas do pó da terra, se revoltam contra ele, o abandonam, o negam, adoram a pedaços de pau e pedra; mas mesmo assim, ELE as repreende com amor, como um pai repreende ao filho.

Há também um trecho deste capítulo no qual vale a pena a igreja do novo testamento meditar. O povo de Israel é o povo escolhido de DEUS. Não importa o quanto ele se afaste do SENHOR, DEUS sempre o acolherá no momento de necessidade. Mas perceba que nem mesmo o povo escolhido e eleito de DEUS escapou da consequência dos seus erros, conforme os versos 21 e 22: "Eu mesmo plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel: como pois te tornastes para mim uma planta degenerada, de vide estranha? Pelo que, ainda que te laves com salitre, e amontoes sabão, a tua iniquidade estará gravada diante de mim, diz o SENHOR JEOVÁ". É um excelente versículo para que saibamos nos manter fiéis a DEUS; para que conscientizemo-nos de que se eles, que eram ramos naturais da videira, foram cortados pela sua infidelidade, quanto mais nós, ramos enxertados, devemos vigiar com nossa fidelidade?

Por fim, o SENHOR diz ao seu povo: "Ó geração! Considerai vós a palavra do SENHOR: porventura tenho eu sido para Israel um deserto? Ou uma terra da mais espessa escuridão? Porque pois diz o meu povo: desligamo-nos de ti; nunca mais a ti viremos?".

Que isso sirva de lição para a igreja do século XXI. Não podemos escarnecer de DEUS. A sua fidelidade dura para sempre, mas a sua justiça é mais que perfeita. ELE nos ama, com toda a certeza. Ama tanto que é capaz de lamentar nossa infidelidade e tentar endireitar nossas veredas do que simplesmente aplicar sobre nós a SUA justiça.

Hoje, você já agradeceu a DEUS pelo amor e pela graça advindas dELE?

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O Mundo dos Camaleões

"Um camaleão é um réptil que possui a capacidade de mudar a tonalidade de sua pele de acordo com o ambiente no qual está, para poder se camuflar e, dessa forma, se livrar de predadores". Quando minha professora de biologia do ensino médio citou isso, fiquei profundamente preocupado com minha vida cristã!

Todo ser humano é dotado de necessidades básicas como a necessidade de comer, de se socializar, de afeto, entre outras, porém existem aquelas necessidades que nós construímos dentro do nosso subconsciente por conta da sociedade em que vivemos e da forma como aprendemos a lidar com ela. Uma dessas necessidades eu costumo chamar de “carência de aceitação”. Quem não se lembra da sua época de escola? Sempre quando chegava o primeiro dia de aula, sentíamos aquele frio na barriga e a ansiedade tomava conta de nossas pequenas cabeças pensantes. Ficávamos nos perguntando: “será que alguém vai gostar de mim?” ou “será que alguém vai implicar comigo?”. Existem outros lugares onde enfrentamos os mesmos problemas. Quem nunca entrou num novo emprego e teve aquela sensação de que seu companheiro de trabalho não foi com a sua cara porque o sujeito fica te encarando com expressão de desprezo? Às vezes isso está ligado simplesmente ao fato do pobre coitado ser feio, mas para nós, que estamos com nossa aceitação em perigo, por assim dizer, é algo preocupante. São poucos os que não passam por tal experiência e eu não estou incluído neste grupo. Por incrível que pareça, esta simples e quase-natural necessidade que adquirimos durante toda a nossa vida é um dos principais motivos de não conseguirmos mostrar nitidamente comportamentos ético-cristãos dentro dos nossos ambientes sociais.

Um dia eu conheci o Gilberto, um irmão muito, mas MUITO animado quando assunto é pregar o evangelho. Onde ele entrava saía falando de Jesus: shopping, praça, favela, baile funk; até briga no final de jogo do FLAxFLU ele já interrompeu pra falar de Jesus. No fim colocou todo mundo de mãos dadas e fez uma oração. Bem, hoje eu tive o prazer de encontrar com o Gilberto justamente no restaurante do lado do meu trabalho. Que maravilha! Lá estava ele, falando muito alto sobre Jesus diante da balconista que não sabia o que fazer ou falar. Comprei meu sorvete, paguei, cumprimentei o Gilberto e deixei ele lá, falando muito alto e animosamente da Palavra de DEUS. Um amigo que estava comigo perguntou: "Você conhece esse senhor?". "Conheço. Ele é perceptivelmente um fanático, mas se eu tivesse metade da coragem que ele tem pra falar do evangelho eu seria um cristão cinco vezes melhor!" _ respondi.

O nosso amigo Gilberto conseguiu uma coisa extremamente difícil: ignorar sua carência de aceitação. Eu não tenho coragem de fazer o que ele faz porque sei que as pessoas vão me chamar de louco e eu, obviamente, não vou gostar disso. Ele não. Ele sabe que as pessoas o chamam de louco, mas mesmo assim fala, prega, ora em público e também pára brigas de torcidas organizadas pra levantar um clamor com todo mundo de mãos dadas.

Muitos cristãos, incluindo eu, ainda tropeçam na sua carência de aceitação, e isso os inibe de falar de Jesus. Não se trata de vergonha, mas sim da incapacidade de colocar de lado a imagem de uma pessoa normal para dar lugar ao "crente santarrão"; ao "E.T.". É neste momento que passamos a ser como os camaleões. Conforme o ambiente em que estamos, somos mais ou menos flexíveis; tudo para não criarmos qualquer tipo de atrito entre nossos conceitos e os conceitos do mundo. O mundo dos camalões é um lugar perigoso! Se errarmos a cor do ambiente podemos nos revelar ao predador e aí ficamos vulneráveis. De tudo que posso dizer para concluir, citarei três coisas:

1ª - A melhor solução para enfrentarmos nossa carência de aceitação é não nos sentarmos na roda dos escarnecedores, ou seja, não participarmos das coisas que aqueles que zombam de nós participam (Salmo 1:1).

2ª - Quando não tivermos como fugir destas situações, devemos entender que Jesus e o Mundo estão em extremos completamente diferentes e que precisamos fazer uma opção: ou estamos com Cristo ou estamos com o Mundo. Não há meio termo neste caso.

3ª - O Gilberto é show!


"Tereis aflições!"

Outro dia eu conversava com um camarada do trabalho, que também é cristão, sobre o evangelho moderno. Entre exaltações de vozes e práticas de costura (alfinetadas) um trecho do diálogo me fez pensar:

EU - "vou te dar um conselho: cuidado com esse evangelho extremamente agradável. Isso é perigoso!"

ELE: "mas o evangelho tem que ser agradável! São BOAS novas!"

EU: "depende do ponto de vista. É agradável se você considerar que você foi resgatado da perdição e ainda por cima de graça!"

ELE: "vai me dizer que você é um daqueles que acha que pra servir a DEUS tem que ficar sofrendo? Que tem que ser coitado?"

Já é a segunda vez que passo por este tipo de situação com um irmão em Cristo. Outra vez isso aconteceu quando eu pregava num culto no trem, na volta do trabalho. Eu não sou daqueles que erguem a voz e apontam para os outros dizendo "Tú vai pro infeeerno se não aceitar a Jesus!", mas também não faço aquele estilo "marketeiro" de Cristo: "se você tem algum problema, não importa de que tipo, vêm pra Jesus que ele resolve tudo hoooje!". Nunca visei agradar o público com minhas pregações. Sempre prezei pela verdade bíblica, nada mais. Neste dia, em especial, eu preguei sobre Lucas 9:23, que diz que para servirmos a Cristo precisamos negar o nosso eu, tomarmos sobre os nossos ombros uma cruz e caminhar. Então, quando eu concluí, um irmão que recebeu a oportunidade após mim começou a fazer um discurso muito parecido com o descrito acima. De que o evangelho era de BOAS novas, então as notícias dadas às pessoas deveriam sempre ser boas e agradáveis. Por algum motivo ele ficava me olhando enquanto dizia isso. O mais estranho é que eu pensei comigo: Lucas 9:23 não faz parte de um evangelho?

Algumas pessoas têm absorvido informações muito semelhantes a estas. O evangelho hoje está se transformando num tipo de marketing empresarial, no qual quem fizer a melhor propaganda fica com o prêmio, que neste caso são os fiéis. Um prega prosperidade, o outro diz que crente não pode ficar doente; um terceiro afirma categoricamente que se você der o seu "tudo" com fé, recebe em dobro (DEUS virou conta poupança com rendimento de 100% a.d. _ E detalhe: se você der o seu tudo e no outro dia não conseguir comprar o gás, é porque não teve fé suficiente!). Em fim, prega-se sempre coisas que soam maravilhosamente bem aos ouvidos das pessoas e, infelizmente, elas estão se acostumando a isso.

Jesus nos revela que neste mundo teríamos aflições, mas que não deveríamos temer porque ele venceu o mundo (João 16:33). Novamente vou apelar para o exemplo de Cristo. Nosso Mestre foi perseguido, caluniado, sofreu tentativas de apedrejamento por várias vezes, foi traído, cuspido, crucificado e não vou dizer morto, porque ele não foi morto... ele entregou a sua vida por nós. Em 2 Coríntios 11:22-28 o apóstolo Paulo descreve algumas situações pelas quais ele passou, dentre as quais são citadas naufrágios, açoites, apedrejamentos, etc (coisas básicas da vida apostólica). Se isso não é suficiente, analise comigo a forma como os grandes homens de DEUS morreram:

- Estevão: apedrejado.
- Pedro: crucificado de cabeça para baixo e decapitado.
- Paulo: decapitado.
- Tiago: decapitado.
- Tiago (irmão de Jesus): empurrado de uma torre e recebendo uma pancada na cabeça.
- Policarpo: queimado vivo.
- Cristãos do século II em geral: comidos por leões, queimados vivos, lançados sobre camas de ferro incandescente, desmembrados vivos, etc...

Os demais currículos seguem esta mesma linha.

Eu preciso sofrer como um condenado para ser um servo fiel a DEUS? Não, não preciso.

Mas e SE eu precisar sofrer, conseguirei fazê-lo ao estar acostumado com um evangelho de facilidades e falsas-verdades?

domingo, 26 de dezembro de 2010

Carne ou verdura?

É comum nós vermos nossos antepassados vivos confabulando acerca dos tempos nos quais tudo era aparentemente melhor do que é atualmente. Segundo eles, “antigamente” as pessoas se respeitavam mais, agiam com maior dignidade, praticavam uma boa educação para com os outros e comiam menos fastfood. Mais tarde, quando estivermos no lugar deles, passando adiante nossa vasta experiência para filhos e netos, seremos nós a dizer a frase “bons tempos, aqueles!”. Disso, podemos concluir duas coisas: que usaremos roupas cafonas e que o mundo está mudando para pior. Mas é bom que pensemos em como esta mudança influencia nosso modo de vida e , principalmente, nossa relação com DEUS.

Qual de nós, que fazemos leituras constantes das Escrituras, nunca sentiu vontade de ser tão íntimo de Jesus como João, tão ousado quanto Pedro ou tão humilde e disposto quanto Paulo? Mas qual de nós nunca sentiu um tipo de impossibilidade ao desejar isso, como se simplesmente não tivéssemos condições em nós mesmos de nos tornarmos como eles? É como se a santificação praticada por estes homens estivesse na prateleira mais alta do "Mercado da Salvação" e não houvesse uma escada por perto para nos dar uma forcinha. Mas um dia eu me perguntei: “isso é certo? Eu realmente deveria me sentir assim?”. Porque antes era possível e hoje parece ser inacessível? É correto que os cristãos simplesmente se acostumem com a idéia de que não são capazes de serem santos conforme a Palavra, considerando este estado de vida como uma utopia ou uma quimera? Sempre dizemos: "DEUS não mudou; ele ainda é o mesmo!". Se isso é verdade _ e eu sei que é _, então por que não temos mais experiências semelhantes às que estes homens tiveram? Se você é cristão com certeza já se fez essa pergunta. Onde estão os cegos vendo, os aleijados levantando ou os surdos ouvindo? Onde estão os prodígios e sinas que seguiriam a nossa pregação? Com certeza DEUS não mudou. Mas vai a pergunta-chave: se ele não mudou, então o que mudou? Resposta-chave: o mundo mudou _ e infelizmente, a igreja o acompanhou. A igreja, como instituição, se tornou altamente adaptável à sociedade secular. Mudamos na mesma velocidade em que ela muda e absorvemos muitas coisas que não deveríamos. Vamos a um exemplo bem comum: na sociedade moderna, toda pessoa incapaz de absorver uma nova idéia ou tendência é considerada ignorante e limitada. Isso fica muito claro quando se critica coisas como o homossexualismo, por exemplo. O mais engraçado é que nós fazemos exatamente a mesma coisa dentro da igreja. Como? Sendo "pra frentex" além do devido. A verdade é que discutir qualquer atitude dentro das igrejas hoje se tornou um tabu. Os cristãos estão se acostumando a ouvir e simplesmente absorver tudo que lhes é dito. Não se questiona o que se ouve, não se pesquisa o que se ensina. É como se todo ato de análise fosse réu do famoso mandamento "não julgueis para não serdes julgados". Outros por sua vez criticam e reprovam tudo que vá contra os ensinos de sua denominação, ou seja, entende-se nas entrelinhas que "somente nós, os membros da Igreja Internacional dos Super-Cristãos" somos salvos. Então surge a guerra milenar citada por Paulo: dos "carnívoros", que comem a carne vermelha e mal passada importada do açougue do mundo, contra os "herbívoros", que fazem uma dieta rigorosa de verduras e legumes plantados no fundo do seu quintal. Tudo que obtemos deste conflito são julgamentos... MUITOS julgamentos, e de ambas as partes. Obviamente isso prejudica não apenas a imagem da igreja diante da sociedade mas também sua comunhão com DEUS, mas o pior resultado disso é que a igreja perde cada vez mais o seu foco, ficando dividida em dois grupos que em algumas ocasiões se tratam como inimigos: um formalista e outro extravagante. Afirmo categoricamente que ambos estão errados. Mas seria possível equilibrar a modernidade e a tradição para um bem maior da igreja? Minha opinião é esta:

Os crentes "carnívoros" precisam entender que a graça de DEUS não concede ao cristão o poder de agir de forma irrestrita e desregrada, acreditando que por causa dela ele se tornará um tipo de super-herói, invulnerável aos poderes de um super-vilão chamado "Culpa". Os carnívoros tendem a importar do mundo inúmeras práticas convertidas. Os "herbívoros", por sua vez, também precisam saber que o tempo da lei acabou! Não precisamos mais ser dignos (se é que um dia fomos) para estarmos diante de DEUS. Vamos ser coerentes e usar nosso Mestre como exemplo de nossas ações.

- Para os Herbívoros: quem desfrutou mais da presença e dos conselhos de Jesus: os fariseus, que se consideravam mais justos que os outros, ou os pobres que admitiam não serem dignos da salvação?

- Para os Carnívoros: você consegue imaginar Jesus Cristo, Pedro, Paulo, João ou qualquer outro grande homem de DEUS pulando, dançando, agitando os cabelos e gritando "eu vou viver uma virada em minha vida, eu creio!" (segue-se a isso uma sequência de empurrões e cotoveladas na multidão que se aglomera ao redor). Acho que não! Nossa forma de evangelizar agora é oferecer ao mundo aquilo que ele já tem, mas colocar uma faixa escrito "Gospel" na frente para que as pessoas não se sintam ofendidas ou acusadas de seus pecados. Precisamos falar a verdade e pregar com a ousadia do Espírito aquilo que a Palavra nos manda dizer.

- Para os Herbívoros: quando você se converteu, deixou de agir de forma contrária à Bíblia de um dia pro outro? Não? Tem certeza? Então porque olhar um novo convertido, que entra na igreja de bermuda e camiseta, como se ele fosse anormal e forçá-lo a agir como se tivesse 50 anos de vida cristã quando na verdade ele tem 5 dias? O maior motivo do cansaço espiritual de alguns é que eles mostram no exterior algo que elas ainda não aprenderam a ser interiormente.

- Para os Carnívoros: não esqueçam que Jesus disse que das três regras primárias para seguí-lo, a primeira era negar a si mesmo (Lucas 9:23). Como podemos ensinar os novos convertidos a negarem a si mesmos se tememos reprovar costumes e paixões que eles trazem do mundo e, ao invés de ensinarmos o correto, "convertemos" o errado para servir como ferramenta de adoração a DEUS?

- PARA AMBOS: servir a Cristo é uma transformação que ocorre de dentro para fora, mas para que isso aconteça é preciso deixar de lado o que nós somos, para sermos preenchidos por tudo aquilo que DEUS quer se sejamos; é preciso deixar nosso conceito para nos apegarmos aos conceitos bíblicos. E mesmo quando estivermos cheios do Espírito, jamais devemos esquecer que até mesmo para adorá-lo, dependemos da sua graça; que somos pó.

CONCLUSÃO: seja ONÍVORO, mas sempre com uma dieta balanceada! Equilibre sua vida. Não seja formalista a ponto de pensar que seus conceitos são os únicos que conduzem à salvação, mas também não queira ser mais benígno do que o próprio DEUS achando que tudo é lícito e tudo convém a todos; que "depende de como se faz". O pecado existe e ainda conduz ao inferno.

Que DEUS abençoe a todos.