terça-feira, 28 de dezembro de 2010
"Dinheiro na mão é vendaval..."
Um lamento de DEUS
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
O Mundo dos Camaleões
Todo ser humano é dotado de necessidades básicas como a necessidade de comer, de se socializar, de afeto, entre outras, porém existem aquelas necessidades que nós construímos dentro do nosso subconsciente por conta da sociedade em que vivemos e da forma como aprendemos a lidar com ela. Uma dessas necessidades eu costumo chamar de “carência de aceitação”. Quem não se lembra da sua época de escola? Sempre quando chegava o primeiro dia de aula, sentíamos aquele frio na barriga e a ansiedade tomava conta de nossas pequenas cabeças pensantes. Ficávamos nos perguntando: “será que alguém vai gostar de mim?” ou “será que alguém vai implicar comigo?”. Existem outros lugares onde enfrentamos os mesmos problemas. Quem nunca entrou num novo emprego e teve aquela sensação de que seu companheiro de trabalho não foi com a sua cara porque o sujeito fica te encarando com expressão de desprezo? Às vezes isso está ligado simplesmente ao fato do pobre coitado ser feio, mas para nós, que estamos com nossa aceitação em perigo, por assim dizer, é algo preocupante. São poucos os que não passam por tal experiência e eu não estou incluído neste grupo. Por incrível que pareça, esta simples e quase-natural necessidade que adquirimos durante toda a nossa vida é um dos principais motivos de não conseguirmos mostrar nitidamente comportamentos ético-cristãos dentro dos nossos ambientes sociais.
Um dia eu conheci o Gilberto, um irmão muito, mas MUITO animado quando assunto é pregar o evangelho. Onde ele entrava saía falando de Jesus: shopping, praça, favela, baile funk; até briga no final de jogo do FLAxFLU ele já interrompeu pra falar de Jesus. No fim colocou todo mundo de mãos dadas e fez uma oração. Bem, hoje eu tive o prazer de encontrar com o Gilberto justamente no restaurante do lado do meu trabalho. Que maravilha! Lá estava ele, falando muito alto sobre Jesus diante da balconista que não sabia o que fazer ou falar. Comprei meu sorvete, paguei, cumprimentei o Gilberto e deixei ele lá, falando muito alto e animosamente da Palavra de DEUS. Um amigo que estava comigo perguntou: "Você conhece esse senhor?". "Conheço. Ele é perceptivelmente um fanático, mas se eu tivesse metade da coragem que ele tem pra falar do evangelho eu seria um cristão cinco vezes melhor!" _ respondi.
O nosso amigo Gilberto conseguiu uma coisa extremamente difícil: ignorar sua carência de aceitação. Eu não tenho coragem de fazer o que ele faz porque sei que as pessoas vão me chamar de louco e eu, obviamente, não vou gostar disso. Ele não. Ele sabe que as pessoas o chamam de louco, mas mesmo assim fala, prega, ora em público e também pára brigas de torcidas organizadas pra levantar um clamor com todo mundo de mãos dadas.
Muitos cristãos, incluindo eu, ainda tropeçam na sua carência de aceitação, e isso os inibe de falar de Jesus. Não se trata de vergonha, mas sim da incapacidade de colocar de lado a imagem de uma pessoa normal para dar lugar ao "crente santarrão"; ao "E.T.". É neste momento que passamos a ser como os camaleões. Conforme o ambiente em que estamos, somos mais ou menos flexíveis; tudo para não criarmos qualquer tipo de atrito entre nossos conceitos e os conceitos do mundo. O mundo dos camalões é um lugar perigoso! Se errarmos a cor do ambiente podemos nos revelar ao predador e aí ficamos vulneráveis. De tudo que posso dizer para concluir, citarei três coisas:
1ª - A melhor solução para enfrentarmos nossa carência de aceitação é não nos sentarmos na roda dos escarnecedores, ou seja, não participarmos das coisas que aqueles que zombam de nós participam (Salmo 1:1).
2ª - Quando não tivermos como fugir destas situações, devemos entender que Jesus e o Mundo estão em extremos completamente diferentes e que precisamos fazer uma opção: ou estamos com Cristo ou estamos com o Mundo. Não há meio termo neste caso.
3ª - O Gilberto é show!
"Tereis aflições!"
domingo, 26 de dezembro de 2010
Carne ou verdura?
É comum nós vermos nossos antepassados vivos confabulando acerca dos tempos nos quais tudo era aparentemente melhor do que é atualmente. Segundo eles, “antigamente” as pessoas se respeitavam mais, agiam com maior dignidade, praticavam uma boa educação para com os outros e comiam menos fastfood. Mais tarde, quando estivermos no lugar deles, passando adiante nossa vasta experiência para filhos e netos, seremos nós a dizer a frase “bons tempos, aqueles!”. Disso, podemos concluir duas coisas: que usaremos roupas cafonas e que o mundo está mudando para pior. Mas é bom que pensemos em como esta mudança influencia nosso modo de vida e , principalmente, nossa relação com DEUS.
Qual de nós, que fazemos leituras constantes das Escrituras, nunca sentiu vontade de ser tão íntimo de Jesus como João, tão ousado quanto Pedro ou tão humilde e disposto quanto Paulo? Mas qual de nós nunca sentiu um tipo de impossibilidade ao desejar isso, como se simplesmente não tivéssemos condições em nós mesmos de nos tornarmos como eles? É como se a santificação praticada por estes homens estivesse na prateleira mais alta do "Mercado da Salvação" e não houvesse uma escada por perto para nos dar uma forcinha. Mas um dia eu me perguntei: “isso é certo? Eu realmente deveria me sentir assim?”. Porque antes era possível e hoje parece ser inacessível? É correto que os cristãos simplesmente se acostumem com a idéia de que não são capazes de serem santos conforme a Palavra, considerando este estado de vida como uma utopia ou uma quimera? Sempre dizemos: "DEUS não mudou; ele ainda é o mesmo!". Se isso é verdade _ e eu sei que é _, então por que não temos mais experiências semelhantes às que estes homens tiveram? Se você é cristão com certeza já se fez essa pergunta. Onde estão os cegos vendo, os aleijados levantando ou os surdos ouvindo? Onde estão os prodígios e sinas que seguiriam a nossa pregação? Com certeza DEUS não mudou. Mas vai a pergunta-chave: se ele não mudou, então o que mudou? Resposta-chave: o mundo mudou _ e infelizmente, a igreja o acompanhou. A igreja, como instituição, se tornou altamente adaptável à sociedade secular. Mudamos na mesma velocidade em que ela muda e absorvemos muitas coisas que não deveríamos. Vamos a um exemplo bem comum: na sociedade moderna, toda pessoa incapaz de absorver uma nova idéia ou tendência é considerada ignorante e limitada. Isso fica muito claro quando se critica coisas como o homossexualismo, por exemplo. O mais engraçado é que nós fazemos exatamente a mesma coisa dentro da igreja. Como? Sendo "pra frentex" além do devido. A verdade é que discutir qualquer atitude dentro das igrejas hoje se tornou um tabu. Os cristãos estão se acostumando a ouvir e simplesmente absorver tudo que lhes é dito. Não se questiona o que se ouve, não se pesquisa o que se ensina. É como se todo ato de análise fosse réu do famoso mandamento "não julgueis para não serdes julgados". Outros por sua vez criticam e reprovam tudo que vá contra os ensinos de sua denominação, ou seja, entende-se nas entrelinhas que "somente nós, os membros da Igreja Internacional dos Super-Cristãos" somos salvos. Então surge a guerra milenar citada por Paulo: dos "carnívoros", que comem a carne vermelha e mal passada importada do açougue do mundo, contra os "herbívoros", que fazem uma dieta rigorosa de verduras e legumes plantados no fundo do seu quintal. Tudo que obtemos deste conflito são julgamentos... MUITOS julgamentos, e de ambas as partes. Obviamente isso prejudica não apenas a imagem da igreja diante da sociedade mas também sua comunhão com DEUS, mas o pior resultado disso é que a igreja perde cada vez mais o seu foco, ficando dividida em dois grupos que em algumas ocasiões se tratam como inimigos: um formalista e outro extravagante. Afirmo categoricamente que ambos estão errados. Mas seria possível equilibrar a modernidade e a tradição para um bem maior da igreja? Minha opinião é esta:
Os crentes "carnívoros" precisam entender que a graça de DEUS não concede ao cristão o poder de agir de forma irrestrita e desregrada, acreditando que por causa dela ele se tornará um tipo de super-herói, invulnerável aos poderes de um super-vilão chamado "Culpa". Os carnívoros tendem a importar do mundo inúmeras práticas convertidas. Os "herbívoros", por sua vez, também precisam saber que o tempo da lei acabou! Não precisamos mais ser dignos (se é que um dia fomos) para estarmos diante de DEUS. Vamos ser coerentes e usar nosso Mestre como exemplo de nossas ações.
- Para os Herbívoros: quem desfrutou mais da presença e dos conselhos de Jesus: os fariseus, que se consideravam mais justos que os outros, ou os pobres que admitiam não serem dignos da salvação?
- Para os Carnívoros: você consegue imaginar Jesus Cristo, Pedro, Paulo, João ou qualquer outro grande homem de DEUS pulando, dançando, agitando os cabelos e gritando "eu vou viver uma virada em minha vida, eu creio!" (segue-se a isso uma sequência de empurrões e cotoveladas na multidão que se aglomera ao redor). Acho que não! Nossa forma de evangelizar agora é oferecer ao mundo aquilo que ele já tem, mas colocar uma faixa escrito "Gospel" na frente para que as pessoas não se sintam ofendidas ou acusadas de seus pecados. Precisamos falar a verdade e pregar com a ousadia do Espírito aquilo que a Palavra nos manda dizer.
- Para os Herbívoros: quando você se converteu, deixou de agir de forma contrária à Bíblia de um dia pro outro? Não? Tem certeza? Então porque olhar um novo convertido, que entra na igreja de bermuda e camiseta, como se ele fosse anormal e forçá-lo a agir como se tivesse 50 anos de vida cristã quando na verdade ele tem 5 dias? O maior motivo do cansaço espiritual de alguns é que eles mostram no exterior algo que elas ainda não aprenderam a ser interiormente.
- Para os Carnívoros: não esqueçam que Jesus disse que das três regras primárias para seguí-lo, a primeira era negar a si mesmo (Lucas 9:23). Como podemos ensinar os novos convertidos a negarem a si mesmos se tememos reprovar costumes e paixões que eles trazem do mundo e, ao invés de ensinarmos o correto, "convertemos" o errado para servir como ferramenta de adoração a DEUS?
- PARA AMBOS: servir a Cristo é uma transformação que ocorre de dentro para fora, mas para que isso aconteça é preciso deixar de lado o que nós somos, para sermos preenchidos por tudo aquilo que DEUS quer se sejamos; é preciso deixar nosso conceito para nos apegarmos aos conceitos bíblicos. E mesmo quando estivermos cheios do Espírito, jamais devemos esquecer que até mesmo para adorá-lo, dependemos da sua graça; que somos pó.
CONCLUSÃO: seja ONÍVORO, mas sempre com uma dieta balanceada! Equilibre sua vida. Não seja formalista a ponto de pensar que seus conceitos são os únicos que conduzem à salvação, mas também não queira ser mais benígno do que o próprio DEUS achando que tudo é lícito e tudo convém a todos; que "depende de como se faz". O pecado existe e ainda conduz ao inferno.
Que DEUS abençoe a todos.